"Um anjo, num sonho, me disse 'não se preocupe em escrever coisas belas, escreva suas putrefações e elas te renovarão'. E com essas palavras, me justifico."
A quimera
sábado, 7 de dezembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
sábado, 10 de agosto de 2013
soluçar
Pare de soluçar coração,
assim não há pulmão que aguente equilibrar ar...
pare de soluçar, dê-me solução,
ar para meus pulmões...
um soluço é quase um
impulso,
de impulsos vivem os pulsos de quem ama até o entardecer,
tem aqueles que teimam em amanhecer, mas ai, é outra história,
os soluços sempre veem quando a noite cai...
como raios no coração...
soluçar não doí, respirar sim...
assim não há pulmão que aguente equilibrar ar...
pare de soluçar, dê-me solução,
ar para meus pulmões...
um soluço é quase um
impulso,
de impulsos vivem os pulsos de quem ama até o entardecer,
tem aqueles que teimam em amanhecer, mas ai, é outra história,
os soluços sempre veem quando a noite cai...
como raios no coração...
soluçar não doí, respirar sim...
Virar o disco!
O ponteiro do relógio de enfeite quebra a harmonia do quarto florido de uma dama que ouve as suplicas de uma bela voz feminina em seu vinil,
som baixinho, quase um sussurro...
quase confissão... dela para a voz do disco... ou da voz do disco para ela,
duas confidentes, quase adolescentes, ao menos no tom...
e de tom em tom, a dor de uma se torna duas a dor das duas que é só uma...
tic tac, é hora de virar o disco...
som baixinho, quase um sussurro...
quase confissão... dela para a voz do disco... ou da voz do disco para ela,
duas confidentes, quase adolescentes, ao menos no tom...
e de tom em tom, a dor de uma se torna duas a dor das duas que é só uma...
tic tac, é hora de virar o disco...
sábado, 22 de junho de 2013
domingo, 12 de maio de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Eu poderia escrever uma lira.
Eu poderia escrever uma lira
De tanta ira de meu amor imperfeito
Ouvir um blues só realça meu grau de inquietação.
Por que meu nego não chegou?
Por que o gelo do meu conhaque descongelou?
Por que o gelo do meu conhaque descongelou?
Será que foi o carro que enguiçou?
Ou o cosmo que ta de ciúmes besta?
O que me resta? A noite só começou!
De blues, lira, faltou o amor...
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
sábado, 9 de fevereiro de 2013
domingo, 3 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
ORRIS SOARES: ELOGIO DE AUGUSTO DOS ANJOS
Depois de mais um gole,
Orris bate com o copo na mesa e diz, um tanto desconsolado, ora um grupo de
frases, ora um suspiro, ora um soluço:
- Foi magro meu
desventurado amigo, de magreza esquálida – faces reentrantes, olhos fundos,
orelhas violáceas e testa descalvada. A boca fazia a catadura crescer de
sofrimento, por contraste do olhar doente de tristura e nos lábios uma
crispação de demônio torturado. Nos momentos de investigações suas vistas
transmudavam-se rapidamente, crescendo, interrogando, teimando. E quando as
narinas se lhe dilatavam? Parecia-me ver o violento acordar do anjo bom,
indignado da vitória do anjo mau, sempre de si contente na fecunda terra de
Jeová. Os cabelos pretos e lisos apertavam-lhe o sombrio da epiderme trigueira.
A clavícula, arqueada. No omoplata, o corpo estreito quebrava-se numa curva
para diante. Os braços pendentes, movimentados pela dança dos dedos, semelhavam
duas rabecas tocando a alegoria dos seus versos. O andar tergiversante, nada
aprumado, parecia reproduzir o esvoaçar das imagens que lhe agitavam o cérebro.
- Essa fisionomia, por
onde erravam tons de catástrofe, traía-lhe a psique. Realmente lhe era a alma
uma água profunda, onde, luminosas, se refletiam as violetas da mágoa.
(...)
- Por muito que de mim
procure na memória, não alcanço data mais velha à do ano de 1900, para o começo
de minhas relações pessoais com Augusto dos Anjos. Feriu-me de chofre o seu
tipo excêntrico de pássaro molhado, todo encolhido nas asas com medo da chuva.
- Descia do Pau d’Arco,
sombrio Engenho de açúcar plantado à aba do rio Una, vindo prestar exame no
Liceu. O aspecto fisionômico então alertado, e o desembaraço nas respostas
anunciavam a qualidade do estudante, cuja fama de preparo correu por todos os
recantos do estabelecimento, ganhando foros de cidade. Cada ato prestado valia
por afirmação de talento, e de peito aberto louvores se erguiam ao melancólico
pai, único professor que tivera no curso de humanidades.
- Não soube resistir ao
desejo de travar relações com o poeta. Fui impiedosamente atraído, como para um
sítio encantado onde a vista se alerta por encontrar movimento. E de tal forma
nos acamaradamos, que, dias depois, lhe devia o exame de latim,
desembaraçando-me de complicada tradução, numa ode de Horácio.
- De certa feita
bati-lhe às portas, na rua Nova, onde costumava hospedar-se. Peguei-o a
passear, gesticulando e monologando, de canto a canto da sala. Laborava, e tão
enterrado nas cogitações, que só minutos após deu acordo de minha presença.
Foi-lhe sempre este o processo de criação. Toda arquitetura e pintura dos
versos as fazia mentalmente, só as transmitindo ao papel quando estavam
integrais, e não raro começava os sonetos pelo último terceto.
- Sem nada pedir-lhe,
recitou-me. Recorda-me, foram uns versos sobre o carnaval, que o batuque nas
ruas anunciava próximo.
- Declamando, sua voz
ganhava timbre especial, tornava-se metálica, tinindo e retinindo as sílabas.
Havia mesmo transfiguração na sua pessoa. Ninguém diria melhor, quase sem
gesto. A voz era tudo: possuía paixão, ternura, complacência, enternecimento,
poder descritivo, movimento, cor, forma.
- Dando de mim, estava
pasmado, colhido pelo assombro inesperado de sua lira que ora se retraía, ora
se arqueava, ora se distendia, como um dorso de animal felino.
- Mais tarde, ouvindo
no violoncelo um concerto de Dvorak, recebi a impressão igual, de surpresa e
domínio, à do meu primeiro encontro com os versos de Augusto.
- A que escola se
filiou? – a nenhuma.
_________________
(1) Fonte: Augusto dos
Anjos – Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996
(2) Apud José Lins do
Rego, Augusto dos Anjos e o engenho Pau d’Arco.
(3) Apud José Lins do
Rego, idem.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Milan Kudera - A insustentável leveza do ser
"O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor
(esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do
sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)."
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
O passo
Nada melhor que uma noite mal dormida, pra colocar as coisas
no lugar!!!
... e quando o dia
nasce, e ainda com olhos de ressaca, vemos tudo aquilo, que não conseguimos ver
quando estávamos com os olhos extasiados de emoção, e agora posso dizer da
noite que tive, que foi além de meu corpo, de minha alma, de meu espaço... a
noite foi como pairar na lua sem precisar de oxigênio... tudo agora está em seu
lugar, no melhor lugar!!!
Assinar:
Postagens (Atom)
Total de visualizações de página
Blogs que eu sigo
-
-
-
-
-
A vida é belaHá 10 anos
-
Divulgando promoçãoHá 11 anos
-
-
Sem sentidoHá 13 anos
-
-
-
-