A quimera

A quimera
Minha última quimera!

sábado, 7 de dezembro de 2013

Ela queria!


Ela queria tanto ser feliz,
que o primeiro indício de felicidade
já saiu contando aos quatros cantos,
e este foi o seu precipício...

Girassolunar

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Meu nêgo!


Meu nêgo, de você quero ouvir palavra obscenas de amor,
te curar da bebedeira,
coçar suas costas com minhas unhas de fêmea no cio,
te fazer um cafuné, amaciar teu ego viril,
me perder no lençol dentre as suas pernas,
e dormir um sono bom...

Girassolunar

na sua...




Vou nadar na sua saliva e ancorar na tua língua...

Acordei...

Acordei amando meus seios,
amando minhas coxas,
minhas costas,
cada formato lindo,

que eu me amaria o dia inteiro!!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Meus discos não!




Ei, psiu, baby!! Deixe os discos!! Estes são meus, música não se toma, leve os seus copos, suas garrafas e as suas magoas, e cuecas também, mas meus discos não...

sábado, 10 de agosto de 2013

soluçar

Pare de soluçar coração,
assim não há pulmão que aguente equilibrar ar...
pare de soluçar, dê-me solução,
ar para meus pulmões...

um soluço é quase um
impulso,
de impulsos vivem os pulsos de quem ama até o entardecer,
tem aqueles que teimam em amanhecer, mas ai, é outra história,
os soluços sempre veem quando a noite cai...
como raios no coração...
soluçar não doí, respirar sim...

Virar o disco!

O ponteiro do relógio de enfeite quebra a harmonia do quarto florido de uma dama que ouve as suplicas de uma bela voz feminina em seu vinil,
som baixinho, quase um sussurro...
quase confissão... dela para a voz do disco... ou da voz do disco para ela,
duas confidentes, quase adolescentes, ao menos no tom...
e de tom em tom, a dor de uma se torna duas a dor das duas que é só uma...
tic tac, é hora de virar o disco...

parou meu caminho...

... ia indo e caiu uma árvore no caminho...
parou, e pensou:
seria melhor remover a árvore?
seria melhor desviar para outro caminho?
voltar?
ou sentar-se na árvore?
ou não sabe! é, não sabe... mesmo, não sabe nem para onde estava indo,
só sabe que alguém te parou...
e agora?!

sábado, 22 de junho de 2013

O mundo é um moinho!


Três da madrugada




Madrugada, e nada toca no rádio... só a voz da Gal Costa na minha cabeça... como um filme, doido pra ser gravado... "Triste madrugada tudo e nada a mão fria, a mão gelada toca bem de leve em mim... três da madrugada..."

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu poderia escrever uma lira.


Eu poderia escrever uma lira
De tanta ira de meu amor imperfeito
Ouvir um blues só realça meu grau de inquietação.
Por que meu nego não chegou?
Por que o gelo do meu conhaque descongelou?
Será que foi o carro que enguiçou?
Ou o cosmo que ta de ciúmes besta?
O que me resta? A noite só começou!
De blues, lira, faltou o amor...

Girassolunar

terça-feira, 26 de março de 2013


Saudades de ter você ao pé do ouvido cantando: "Vento solar e estrelas do mar.
Você ainda quer morar comigo... O meu pensamento tem a cor de seu vestido.
Ou um girassol que tem a cor de seu cabelo?"

A columbina agora chora!!!


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013



Todo apaixonado,
sempre fica em  condição de abobalhado,
sempre a espiar pela janela,
a espera do ser amado...



Todo apaixonado,
sempre fica em  condição de abobalhado,
sempre a espiar pela janela,
a espera do ser amado...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Solidão


“Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”

Friedrich Nietzsche



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ORRIS SOARES: ELOGIO DE AUGUSTO DOS ANJOS


Depois de mais um gole, Orris bate com o copo na mesa e diz, um tanto desconsolado, ora um grupo de frases, ora um suspiro, ora um soluço:

- Foi magro meu desventurado amigo, de magreza esquálida – faces reentrantes, olhos fundos, orelhas violáceas e testa descalvada. A boca fazia a catadura crescer de sofrimento, por contraste do olhar doente de tristura e nos lábios uma crispação de demônio torturado. Nos momentos de investigações suas vistas transmudavam-se rapidamente, crescendo, interrogando, teimando. E quando as narinas se lhe dilatavam? Parecia-me ver o violento acordar do anjo bom, indignado da vitória do anjo mau, sempre de si contente na fecunda terra de Jeová. Os cabelos pretos e lisos apertavam-lhe o sombrio da epiderme trigueira. A clavícula, arqueada. No omoplata, o corpo estreito quebrava-se numa curva para diante. Os braços pendentes, movimentados pela dança dos dedos, semelhavam duas rabecas tocando a alegoria dos seus versos. O andar tergiversante, nada aprumado, parecia reproduzir o esvoaçar das imagens que lhe agitavam o cérebro.
- Essa fisionomia, por onde erravam tons de catástrofe, traía-lhe a psique. Realmente lhe era a alma uma água profunda, onde, luminosas, se refletiam as violetas da mágoa. (...) 
- Por muito que de mim procure na memória, não alcanço data mais velha à do ano de 1900, para o começo de minhas relações pessoais com Augusto dos Anjos. Feriu-me de chofre o seu tipo excêntrico de pássaro molhado, todo encolhido nas asas com medo da chuva.
- Descia do Pau d’Arco, sombrio Engenho de açúcar plantado à aba do rio Una, vindo prestar exame no Liceu. O aspecto fisionômico então alertado, e o desembaraço nas respostas anunciavam a qualidade do estudante, cuja fama de preparo correu por todos os recantos do estabelecimento, ganhando foros de cidade. Cada ato prestado valia por afirmação de talento, e de peito aberto louvores se erguiam ao melancólico pai, único professor que tivera no curso de humanidades.
- Não soube resistir ao desejo de travar relações com o poeta. Fui impiedosamente atraído, como para um sítio encantado onde a vista se alerta por encontrar movimento. E de tal forma nos acamaradamos, que, dias depois, lhe devia o exame de latim, desembaraçando-me de complicada tradução, numa ode de Horácio.
- De certa feita bati-lhe às portas, na rua Nova, onde costumava hospedar-se. Peguei-o a passear, gesticulando e monologando, de canto a canto da sala. Laborava, e tão enterrado nas cogitações, que só minutos após deu acordo de minha presença. Foi-lhe sempre este o processo de criação. Toda arquitetura e pintura dos versos as fazia mentalmente, só as transmitindo ao papel quando estavam integrais, e não raro começava os sonetos pelo último terceto.
- Sem nada pedir-lhe, recitou-me. Recorda-me, foram uns versos sobre o carnaval, que o batuque nas ruas anunciava próximo.
- Declamando, sua voz ganhava timbre especial, tornava-se metálica, tinindo e retinindo as sílabas. Havia mesmo transfiguração na sua pessoa. Ninguém diria melhor, quase sem gesto. A voz era tudo: possuía paixão, ternura, complacência, enternecimento, poder descritivo, movimento, cor, forma.
- Dando de mim, estava pasmado, colhido pelo assombro inesperado de sua lira que ora se retraía, ora se arqueava, ora se distendia, como um dorso de animal felino.
- Mais tarde, ouvindo no violoncelo um concerto de Dvorak, recebi a impressão igual, de surpresa e domínio, à do meu primeiro encontro com os versos de Augusto.
- A que escola se filiou? – a nenhuma.
_________________

(1) Fonte: Augusto dos Anjos – Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996
(2) Apud José Lins do Rego, Augusto dos Anjos e o engenho Pau d’Arco. 
(3) Apud José Lins do Rego, idem.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Milan Kudera - A insustentável leveza do ser


"O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)."

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O passo


Nada melhor que uma noite mal dormida, pra colocar as coisas no lugar!!!

...  e quando o dia nasce, e ainda com olhos de ressaca, vemos tudo aquilo, que não conseguimos ver quando estávamos com os olhos extasiados de emoção, e agora posso dizer da noite que tive, que foi além de meu corpo, de minha alma, de meu espaço... a noite foi como pairar na lua sem precisar de oxigênio... tudo agora está em seu lugar, no melhor lugar!!!

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