A quimera

A quimera
Minha última quimera!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A antipatia


A antipatia não nasce por conta de uma segunda pessoa, mas por conta de seu próprio “eu=ego”.

domingo, 20 de novembro de 2011

That I Would Be Good - Alanis Morissette



That I would be good even if I did nothing
That I would be good even if I got the thumbs down
That I would be good if I got and stayed sick
That I would be good even if I gained ten pounds
That I would be fine even if I went bankrupt
That I would be good if I lost my hair and my youth
That I would be great if I was no longer queen
That I would be grand if I was not all knowing
That I would be loved even when I numb myself
That I would be good even when I am overwhelmed
That I would be loved even when I was fuming
That I would be good even if I was clinging
That I would be good even if I lost sanity
That I would be good whether with or without you

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Amo-te


Talvez não seja próprio vir aqui, para as páginas deste livro, dizer que te amo. Não creio que os leitores deste livro procurem informações como esta. No mundo, há mais uma pessoa que ama. Qual a relevância dessa notícia? À sombra do guarda-sol ou de um pinheiro de piqueniques, os leitores não deverão impressionar-se demasiado com isso. Depois de lerem estas palavras, os seus pensamentos instantâneos poderão diluir-se com um olhar em volta. Para eles, este texto será como iniciais escritas por adolescentes na areia, a onda que chega para cobri-las e apagá-las. E possível que, perante esta longa afirmação, alguns desses leitores se indignem e que escrevam cartas de protesto, que reclamem junto da editora. Dou-lhes, desde já, toda a razão.
Eu sei. Talvez não seja próprio vir aqui dizer aquilo que, de modo mais ecológico, te posso afirmar ao vivo, por email, por comentário do facebook ou mensagem de telemóvel, mas é tão bom acreditar, transporta tanta paz. Tu sabes. Extasio-me perante este agora e deixo que a sua imensidão me transcenda, não a tento contrariar ou reduzir a qualquer coisa explicável, que tenha cabimento nas palavras, nestas pobres palavras. Em vez disso, desfruto-a, sorrio-lhe. Não estou aqui com a expectativa de ser entendido. Eu próprio procuro ainda essa compreensão. Estou aqui apenas com o meu rosto, o meu olhar parado, a minha figura. Tudo aquilo que tenho para dizer está por detrás dessa imagem. Hoje, esse é o alfabeto com que realmente escrevo, o significado. Escrevo também com uma grande quantidade de elementos invisíveis, que chegam à pele e a atravessam. É dessa forma que sinto aquilo que tenho para dizer, pele e para lá da pele.

Os teus pais vão ler estas palavras, que embaraçoso. A minha mãe, as minhas irmãs e as minhas sobrinhas vão ler estas palavras e vão pensar: passou-se. Consigo imaginar todas essas reacções, mas não consigo evitar que este texto continue a dizer que te amo. Sei que os outros apenas nos poderão ver com os seus próprios olhos. Para eles, seremos qualquer memória, qualquer impressão, um reflexo daquilo que eles próprios sabem, personagens de uma espécie de telenovela. A grande diferença é que nós somos nós e temos este agora imenso, este verbo no presente. Talvez fosse mais confortável, se dispusesse de um verbo mais sofisticado, menos gasto: liquefazer, maturar, discernir. Um tempo verbal mais complexo: se eu te tivesse liquefeito, se eu te tivesse maturado, se eu te tivesse discernido. Talvez. Nunca saberei porque aquilo que tenho para dizer é este verbo, este presente do indicativo de escola primária.
Na sua simplicidade, encandeia e, no entanto, diz tão pouco. Mesmo tentando, transmito-lhes pouco ao informá-los que te amo. Não ficam a saber mais do que se lhes dissesse que me alimento, respiro, existo. E não podem sequer ter a certeza de que eu dependa dessas necessidades vitais. Talvez seja melhor assim, continuem debaixo do guarda-sol, do pinheiro de piqueniques, olhem em volta, virem a página. Talvez seja preferível que a imensidão deste momento não os perturbe, que se mantenha onde está, invisível e tão concreta nas cores da paisagem, nomeada por estas palavras que não a dizem e que, no entanto, existem, impressas, pouco ecológicas e, ainda assim, feitas de uma natureza única, a natureza, que nasce da terra, que se estende no céu, sol, lua, oceano, montanhas, que determina o dia e a noite, a passagem das estações, a idade, e que está contida numa só palavra, num só verbo, que abrigo no meu rosto, que é transparente no meu olhar e que agora, aqui, nas páginas deste livro, preciso de dizer. Talvez não seja próprio dizê-lo aqui, mas talvez seja ainda menos próprio escrevê-lo em todas as paredes da cidade, esculpir precipícios com essa verdade ou rasgar o peito com uma faca e, com a ponta dessa mesma faca, gravá-lo dentro de mim, em sulcos profundos, com o tamanho deste agora.

José Luís Peixoto, in 'Abraço'

domingo, 6 de novembro de 2011



Vou te cantar… uma canção…


 de  amor e dor… só por que é

impossível nosso amor…

Me apaixono todo dia!!!



Quando eu lhe dizia:


"Eu me apaixono todo dia

E é sempre a pessoa errada."

Você sorriu e disse:

"Eu gosto de você também."

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Adeus

AdeusJá gastámos as palavras pela rua, meu amor, 
e o que nos ficou não chega 
para afastar o frio de quatro paredes. 
Gastámos tudo menos o silêncio. 
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas, 
gastámos as mãos à força de as apertarmos, 
gastámos o relógio e as pedras das esquinas 
em esperas inúteis. 

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada. 
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro; 
era como se todas as coisas fossem minhas: 
quanto mais te dava mais tinha para te dar. 

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes. 
E eu acreditava. 
Acreditava, 
porque ao teu lado 
todas as coisas eram possíveis. 

Mas isso era no tempo dos segredos, 
era no tempo em que o teu corpo era um aquário, 
era no tempo em que os meus olhos 
eram realmente peixes verdes. 
Hoje são apenas os meus olhos. 
É pouco, mas é verdade, 
uns olhos como todos os outros. 

Já gastámos as palavras. 
Quando agora digo: meu amor
já se não passa absolutamente nada. 
E no entanto, antes das palavras gastas, 
tenho a certeza 
que todas as coisas estremeciam 
só de murmurar o teu nome 
no silêncio do meu coração. 

Não temos já nada para dar. 
Dentro de ti 
não há nada que me peça água. 
O passado é inútil como um trapo. 
E já te disse: as palavras estão gastas. 

Adeus. 

Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa” http://www.citador.pt/poemas/adeus-eugenio-de-andrade

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Socorro - Arnaldo Antunes


Socorro



Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...

Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...

Socorro!
Não estou sentindo nada [nada]
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir...

Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Eu Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...

Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quando Eu Te Encontrar - Biquini Cavadão


Eu já sei o que meus olhos vão querer
Quando eu te encontrar
Impedidos de te ver
Vão querer chorar
Um riso incontido
Perdido em algum lugar
Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar
Eu já sei o que meus lábios vão querer
Quando eu te encontrar
Molhados de prazer
Vão querer beijar
E o que na vida não se cansa
De se apresentar
Por ser lugar comum
Deixamos de extravazar, de demonstrar
Nunca me disseram o que devo fazer
Quando a saudade acorda
A beleza que faz sofrer
Nunca me disseram como devo proceder
Chorar, beijar, te abraçar, é isso que quero fazer
É isso que quero dizer
Eu já sei o que meus braços vão querer
Quando eu te encontrar
Na forma de um "C"
Vão te abraçar
Um abraço apertado
Pra você não escapar
Se você foge me faz crer
Que o mundo pode acabar, vai acabar

Quando Eu Te Encontrar



Eu já sei o que meus olhos vão querer
Quando eu te encontrar
Impedidos de te ver
Vão querer chorar
Um riso incontido
Perdido em algum lugar
Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar
Eu já sei o que meus lábios vão querer
Quando eu te encontrar
Molhados de prazer
Vão querer beijar
E o que na vida não se cansa
De se apresentar
Por ser lugar comum
Deixamos de extravazar, de demonstrar
Nunca me disseram o que devo fazer
Quando a saudade acorda
A beleza que faz sofrer
Nunca me disseram como devo proceder
Chorar, beijar, te abraçar, é isso que quero fazer
É isso que quero dizer
Eu já sei o que meus braços vão querer
Quando eu te encontrar
Na forma de um "C"
Vão te abraçar
Um abraço apertado
Pra você não escapar
Se você foge me faz crer
Que o mundo pode acabar, vai acabar



 (Biquini Cavadão)


http://www.youtube.com/watch?v=AEz3vssqw_E

domingo, 26 de junho de 2011

O GATO


Vem cá, meu gato, aqui no meu regaço;
Guarda essas garras devagar,
E nos teus belos olhos de ágata e aço
Deixa-me aos poucos mergulhar.


Quando meus dedos cobrem de carícias
Tua cabeça e dócil torso,
E minha mão se embriaga nas delícias
De afagar-te o elétrico dorso,


Em sonho a vejo. Seu olhar, profundo
Como o teu, amável felino,
Qual dardo dilacera e fere fundo,


E, dos pés a cabeça, um fino
Ar sutil, um perfume que envenena
Envolve-lhe a carne morena.


(CHARLES BAUDELAIRE)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Symfonia - In Paradisum

 BAIXE E OUÇA:   http://www.4shared.com/audio/wue2BptV/Symfonia_-_In_Paradisum.html
Gostaria de te amar ouvindo esta canção... 9 minutos e 36 segundos flutuando em outro mundo... dê-me a mão e partiremos...
" In paradisum deducant te angeli, et haberem requiem"
Angels are calling,
They're singing my name
I've been caught in the meadow
And hung in the air
When the last stars are falling,
I'll sleep far away
Let them carry me over
To heaven
Warriors are flying to Paradise
Ten thousand beacons standing in line
Preaching salvation, the future comes
No more infection, the world as one!
Strive and stand - clean the land
Obbey the call - redeem us all
Time, how precious is time
When life goes by
Time, how needless is time
In Paradise
Out in the night
By the moonlight, I'll miss you
Somewhere above, I'll be watching below
Turning all hate to purity
Providing peace and tranquility
Making your dreams alive
Bringing love to your heart...
Spread your wings and fly
Join me up in the sky
Angels lead us on
Through the wilderness of fate
Time, how precious is time
When life goes by
Time, how needless is time
In Paradise
Time, how needless is time...

terça-feira, 7 de junho de 2011

[...]

Ao som do Elliott Smith, e pequenas nuvens nos olhos [...], a batida no violão se compara com a do coração - amorfo - pensando em escrever um poema que não acople em nada a seu respeito, e nada que respira por fotossíntese lhe dá atenção, a não ser uma frase de resposta de um velho sábio e sem tempo pra ela, - no que ela achava que seria o começo de uma discussão sobre  a maneira de dizer certas coisas e quem as diriam... vai mofar por mais tempo, ou tomar remédio pra dormir e pedir pros anjos do sono que fizessem com que ela acordasse mais cedo no outro dia, não que ela tenha mudado de ideia quanto a sua preferência em "dormir mais do que permanecer acordada", mas isso não impede de que ela mofe, engraçado (e nada cômico) como ela sabe do que é predestinada, será que todos que sabem disso lutam contra? pode ser que eles acham que sabem o que de fato é verdade, mas no seu intimo ignoram seu destino mofo e vão, igual a mariposas loucas atrás de uma lâmpada... a inspiração cai, ela tarda, e vai perdendo isso.... agora é questão de tempo, ta acabando... poxa... é foda!!!

Muito simples.... mãos geladas por causa do tempo, e a certeza de que em pouco tempo tudo se perde, de novo...ela tem de entender o que eu arrisco aqui em dizer: o problema é com você minha cara, se você calcula tudo, e se a conta não for exata? ela emenda o que seria o final e fica disposto no meio, tem palavras que eu gosto, mas mudo de ideia, por que nada é suficiente, ai quem me ouve acha que é tudo...putz... ela vai dizer que foi péssima ideia minha dizer isso, que conselhos não se dão, por que sempre precisamos mais deles do que os outros - o inferno são os outros - é, ela tem que aprender ser maliciosa com as pessoas que ela julga tão estúpidas... tanto que ela adora os loucos e bêbados, mas não os bêbados estúpidos, esses elas não tem paciência, ela gosta dos bêbados loucos, ela se identifica, e bebe sempre com eles, ou com sua melhor companhia... ela mesma, bêbada e louca de tanto lucidez desvairada... ainda está ouvindo  Elliott Smith (Say yes), e nada aconteceu ainda, só a parte de perder o que tava quase começando...e as nuvens nos olhos pesam e as batidas do violão...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sentimento Súbito (Lucila Nogueira)



Porque você nada sabe da insônia
não venha assim desavisado com esse universo de frases protocolares
e toda uma higiene pasteurizada de ternura
cuidado e não se aproxime demais
existe uma parte de mim onde ninguém chegou ainda
e o desespero sempre faz com que a gente precise acreditar em tudo
estou ficando cada vez mais com medo desse sentimento súbito

a água que lavou as letras da biblioteca
é um sinal de que o amor e a palavra exigem renovação
que tanto estudo não resolve o desamparo
e que continua desabitada a casa que sou

finjo-me autobiográfica e renasço como personagem
espasmo de eletrochoque eu sirvo o meu senhor
ducha de eletricidade eu sirvo o meu senhor
e basta o seu tom de voz ser um pouco menos terno
que eu já sinto dor

como quem escolhe uma salada de rúcula
em um cardápio de veludo escuro
você está sentado numa poltrona de aço
que já começa a ser engolida
pelo mar vulcânico da minha loucura

não sei porque tudo vinha tão vagarosamente de modo calmo
e de repente foi aquele estalo aquele sobressalto
e você não entendeu nos intervalos de linguagem
o meu jeito pelo avesso de cantar um blue

você não entendeu nada
você não percebeu que eu sou um fósforo apagado
esquecido na fuligem com memória do passado
que a vida cai pesadamente em meu cabelo azulado
e para a tela grande perder o colorido basta uma pilha se gastar

por isso eu chego a ti numa bolha de sabão gigante
soprada no canudo de mamoeiro do quintal da infância
onde aprendi a noite o sol os cristais coloridos e as músicas ciganas
daí que basta você me tocar e eu retorno à vida
quebra-se o encanto e o feitiço
e saio para a realidade carne que se desprende das páginas do livro

escrevo sobre a vida como um exorcismo
não tenho remorso do que vivo
o meu poema é o sinônimo da minha pele exposta
na implosão do muro de Berlim dos sentimentos físicos

sinal vermelho
rostos vazios
caminhei coberta de sargaços na avenida
como um insignificante alfinete atraído por um imã
e perdi o sono perambulando nos telhados
á procura das palavras mais precisas
quando finalmente descobri que o que importa mesmo sempre está implícito

e agora
eu só quero que você ouça minha voz subterrânea
ecoando muito além de toda superfície
mesmo que em mim nada esteja a salvo
quero que observe com perplexidade como eu tenho estilo
e a melancolia dos meus olhos claros
atravessa nervosamente o cosmos como um neutrino
argila submarina de abalos sísmicos na manhã de uma rua vazia de domingo

hoje falta-me companhia para sair e beber um vinho
nada acontece e eu não sei como faço para manter-me viva
nada acontece e eu fico inerte sem regresso nem partida
devo mudar uma vida que já não me serve
mas ando muito cansada de ser sempre eu a tomar todas as iniciativas

você não entendeu nada
e eu estava dizendo apenas na verdade
que subitamente eu fui ficando perturbada
você me lê somente para encontrar suas palavras
mas eu venho de uma raça de saltimbancos e acrobatas
e brilham relâmpagos da tempestade nos meus gestos delicados

o meu corpo flutua como sílabas de imagens congeladas
e nessa opressão desarticulada decido desesperadamente ficar calada
mas não esqueço o convite para ver as estrelas num deserto do Marrocos
nem a minha estranha fuga automática daquele mundo cor-de-rosa entre penhascos
para voltar aqui e ficar sempre à espera do destino e do a acaso
sentinela do nada

e a vida passa como as nuvens na janela
da próxima vez eu vou ter mais cuidado
porque das outras sei que estraguei tudo
só por ter medo de encarar a realidade

eu vou telefonar
depois a gente se fala
agora eu não posso acordar
entenda que eu carrego a saudade das aves migratórias
que sobrevoam os alpinistas do círculo polar

porque você nada sabe da insônia
e existe uma parte de mim onde ninguém chegou ainda
e o desespero sempre faz com que a gente precise acreditar e em tudo
estou ficando cada vez mais com medo desse sentimento súbito



sábado, 28 de maio de 2011

Poemas psicografados por Francisco Cândido Xavier - (Parnaso de Além-Túmulo)




Voz humana

Uma voz. Duas vozes. Outras vozes.
 Milhões de vozes. Cosmopolitismos.
Gritos de feras em paroxismos,
Uivando subjugadas e ferozes.

É a voz humana em intérminas nevroses,
Seja nas concepções dos ateísmos,
Ou mesmo vinculada a gnosticismos
Nos singultos preagônicos, atrozes.


É nessa eterna súplica angustiada
Que eu vejo a dor em gozos, insaciada,
Nutrir-se de famélicos prazeres.
A dor, que gargalhando em nossas dores
É a obreira que tece os esplendores
Da evolução onímoda dos seres.

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