A quimera

A quimera
Minha última quimera!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Noções


Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.


Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...











 











(Cecília Meireles)

3 comentários:

  1. Poesia muito bela amor tão bela q mesmo assim n superar a maior das belezas q é a sua

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  2. "Entre mim e mim, há vastidões bastantes
    para a navegação dos meus desejos afligidos."

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  3. Obrigada meu amor... Cecília tinha realmente o dom de descrever a alma feminina... não diferente da minha....

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